sexta-feira, 28 de abril de 2017

Mãe pela primeira vez...

A mamã Patrícia Maio abriu o seu coração de Mãe

muito obrigada pela tua participação amiga 💛

e um beijinho à tua princesa linda 💝


" Mãe de primeira viagem

Tive uma gravidez muito tranquila, possivelmente reflexo de algo muito desejado e esperado.

Vivi cada momento como se fosse único e irrepetível e de facto, fazendo a retrospetiva: cada momento vivido foi único e mágico !

Tinha um orgulho enorme na minha barriga e à medida que o tempo avançava, aumentava dentro de mim a ansiedade de a conhecer, de conhecer o seu rosto, de a pegar ao colo, de a abraçar...

Dei por mim muitas vezes sozinha no quarto dela a desdobrar e dobrar as roupinhas a mexer em todos os objectos...

De cada vez que os medos me assolavam, e foram muitos, tentei sempre afastá-los e pensar só nas coisas boas e deixar o momento acontecer para viver !

Às 39 semanas e 04 dias da madrugada de dia 24 de Novembro de 2012, chegaram os primeiros indícios que a Leonor estava pronta para nascer !

Mãe de primeira viagem e com receio de ser exagerada, tentei aguardar em casa o mais possível e tentar perceber se eram mesmo indícios do parto.
Ainda assim com algumas incertezas, segui para o Hospital de S. João juntamente com o Pai, para o que fosse necessário.

Tinha chegado a hora : o trabalho de casa foi tão bem feito que já tinha 06 centímetros  de dilatação e a Leonor estava prestes a nascer.

Às 11h41 desse mesmo dia vi o rosto da minha bebé  pela primeira vez... aquele contacto pele com pele jamais esquecerei... foi a emoção mais forte que alguma vez vivi...lembro-me inclusive de dizer que o choro dela era lindo e a médica sorrir !

Foi um parto, muito pacífico, tudo foi tranquilo e feliz. No momento em que ficamos sós os três  em FAMÍLIA, sentimos que a nossa vida mudava ali.

Esta mudança foi sem dúvida para muito melhor: os dias ficaram mais preenchidos de cor,  de risos, de novas vontades de lutar e fazer melhor ...todos os dias ensinamos e  sobretudo aprendemos.

Passados cerca de quatro anos e meio posso dizer que nunca pensei que a minha capacidade de amar  pudesse aumentar, mas o que é facto é que ela não conhece limites.

Claro que há momentos de tudo, de receios, de incertezas, de cansaço, de exaustão, e até de desespero... afinal ser MÃE desenvolve em todas as mulheres uma capacidade enorme de abraçar um leque de tarefas em simultâneo, que só nós sabemos que é possível e sobrevivemos,

No entanto, aquele sorriso rasgado no final do dia, aquele abraço apertado quando tudo parece estar mal, dá-nos o maior alento que podemos pedir e querer! "


💕

quarta-feira, 12 de abril de 2017

Mãe pela primeira vez...


Um obrigada de coração à participação desta mamã, tão querida e doce como a sua princesa 💗

Obrigada mamã Judite Sousa 💛

" Mãe !

Eu Mãe ?

Será um sonho ?

Não, não é um sonho, é bem real !

A mãe que hoje sou começou no dia 01 de Novembro 2016 pelas 13:52m. Digo que começou porque tudo o que tinha idealizado caiu por terra, quando nos meus braços acolhi o SER mais sereno (naquele momento...)

Recordo este nosso primeiro encontro com uma exatidão, pois na minha mente ele está cristalizado!
Os teus olhos bem abertos com um brilho que encadeou os meus olhos - " Tens os olhos de Deus"- foi um tempo parado, que valeu ouro de pura Paz e ternura, que invadiu todo o meu Ser.

Todas nós mulheres nas conversas de família e amigos temos uma espécie de tertúlia deste sentimento que é Ser Mãe ! Eu não fui diferente... Fui criando a minha ideia, o meu conceito deste Amor incondicional, que tanto falam e que ninguém consegue quantificar com exatidão.

No entanto, para mim este conceito que me foi tão bem " vendido" ficou muito, muito aquém da dimensão que isto toma.

Não tive o prazer de te ver a nascer, de ouvir o teu primeiro choro, mas tive o melhor momento de te aconchegar no regaço mais maternal, de olhar para ti e agradecer a Benção desta preciosidade.

Mamaste pela primeira vez com uma destreza de uma forma tão genuína e natural, que parecia já teres sido ensinada . Talvez aqui encontre a justificação de amar a amamentação, no fundo, foi a nossa primeira parceria! E é aqui neste preciso momento que o meu coração disparou como se me tivessem injectado um liquido de " Adrenalina de Amor", este liquido fez o meu coração atingir um tamanho inimaginável, e aqui reina:  PAIXÃO, AMOR, FELICIDADE.

Reina um Amor sem razão, sem explicação, mas que irradia a todos os ângulos possíveis e inimagináveis. Assim permanece, num estado constante de PAIXÃO, de Felicidade plena, pela benção que acabamos de Ter.

Ser Mãe...Ser Mãe Amor...Ser Mãe Leoa... Ser Mãe Coruja...um número infinito de Mães...

Então tudo floresce um turbilhão de informações, de coisas para aprender e com isto trás à tona as nossas maiores angústias, medos e ansiedades. A pessoa que era deixei de ser, digamos que a serenidade que tanto apregoava e apreciava ter, ACABOU! Passei do 8 para o 80, em que tudo é vivido de uma intensidade extrema, porque a "Adrenalina de Amor " que me foi injectada, nunca mais é expelida do meu organismo. Os sentimentos, os receios são vividos em alta rotação...

Não! Não é tudo cor-de-rosa existem dias cinzentos (para ser simpática). Existem momentos de total imponência, no que eu chamo descodificar este meu/ nosso pequeno SER. Porquê?

Porque BERRAS assim? Porque gritas assim, para o Mundo te ouvir ? Ok! Ok! Queres dizer ao Mundo que já chegaste, até te entendo, e até tenho vontade de o fazer também, mas não era necessário o fazeres em tão VIVA VOZ. Como ultrapassamos estes momentos ? A única justificação que eu encontro é que a injecção de " Adrenalina de Amor" está bem no seu esplendor de eficácia, caso contrário, não sei não... é de doidos... Existem momentos em que se eu tivesse o poder para me distanciar, e colocar na posição de espectador, seria a melhor comédia, que já alguma vez assisti.

Tal é a parafernália de tentativas / erro que eu e o teu pai fazemos para descodificar o que precisas.
E finalmente lá te calas... (Deveria de encher o Coliseu do Porto).

Acho que ainda não tive tempo para pensar em como era a minha /nossa vida sem Ti, porque tu preenches por todo o nosso tempo. Mas se me perguntarem, se quero voltar ao tempo antes de Ti, eu digo sem sombra de dúvidas, que não, não tenho saudades desse tempo, porque esse tempo foi o que nós vivemos a desejar ter-Te, por isso, o agora é o melhor tempo que podemos ter!!!

Por agora constrói-se uma Mãe, uma Mãe cheia de dúvidas, mimos, ansiedades, carinhos, beijos e muita brincadeira. Uma Mãe, que não é a que eu idealizei, muito menos aquela que achava que iria ser. Sinto-me em constante transformação, e o que hoje é, amanhã deixará de o ser. Sempre em busca de ser o melhor para Ti, e para que tu sejas um SER FELIZ, porque foi isso que te prometi no nosso primeiro contacto! Aquele em que eu me (re)descobri/ identifico e afirmo que é a profissão que quero ter a tempo integral, SER MÃE DE TI e de quem sabe de outros...Mas por agora "Embarca em mim que o tempo é curto"..."embarca em mim"...



  💓


terça-feira, 11 de abril de 2017

Mãe pela primeira vez...



Ser mãe ...

Será que estou a fazer bem ?

Será que devia ter feito de outra forma ?

...

São tantas as dúvidas e incertezas que surgem quando somos mães pela primeira vez...

O que tentamos fazer é seguir o nosso instinto, o que o nosso coração manda e o que achamos que deve ser feito naquele momento.

Pode não ser por vezes a melhor solução e resposta... mas dá-mos e fazemos sempre o nosso melhor.

A crítica chegará sempre ... no entanto, são apenas palavras que são levadas pelo vento para bem longe, as que ficam são as palavras de incentivo, força, amor, carinho, essas sim, enchem o nosso coração de mãe e ajudam-nos a continuar, a seguir em frente.

Temos exemplos a seguir: desde as nossas avós, as nossas mães... e vamos inconscientemente buscar um bocadinho de cada amor partilhado por essas pessoas, que nos educaram, e nos ajudaram a crescer e ainda em adultos e até ao fim das nossas vidas serão sempre referências, e estarão sempre connosco no lugar mais precioso que temos, o nosso coração.

Juntamos o Amor que sentimos pelo nosso filho que é indescrítivel e mesmo que se escreva achamos sempre que não transmite a dimensão do que sentimos.

Vivemos esse amor, partilhamos, sentimos os dois e quando eu recebo em troca um sorriso, um abraço, um beijinho, uma gargalhada, uma caricia, um olhar, um tocar de mãos, todas as dúvidas, incertezas, os momentos menos bons, as birras... desaparecem e entra um Amor tão infinito que aquece o nosso interior e sentimo-nos tão felizes !

Aprendo todos os dias em ser mãe, é o meu filho que me ensina a ser a Mãe dele.

Não sou exemplo nenhum para mais ninguém, mas sinto-me orgulhosa e feliz quando o sinto feliz, quando brincamos e o vejo feliz por estarmos juntos...

E o meu rosto e olhos ganham outra luz quando ele simplesmente me chama : Mãe !

É tão doce e meigo o som desta palavra dita por ele ... Obrigada meu príncipe por ajudares-me a ser a tua Mãe.

 


quinta-feira, 6 de abril de 2017

Mãe pela primeira vez...



O parto

Não foi o parto com que eu sonhei e idealizei... foi tudo inesperado e de urgência com muito nervosismo em saber se o bébé estava bem.

No dia anterior à consulta com a minha médica de família, eu e o meu marido fomos visitar um casal de amigos, os homens ficaram em casa e as mulheres foram ao shopping, andei bastante 😊 mas sentia-me bem.

No dia seguinte tive a consulta com a minha médica de família, com quem fui seguida toda a minha gravidez, apenas com 36 semanas é que fui chamada a uma consulta com uma médica obstetra ao hospital. Que me marcou nova consulta para quando tivesse 38 semanas.

Mas já não cheguei a ir. Como escrevi na publicação sobre o nascimento do meu filho, na consulta que tive eu estava com as tensões altas (pré-eclâmpsia) e fui reencaminhada para o hospital de urgência.

Era no hospital apelidada como a menina das "tensões altas". Fui internada no hospital numa segunda-feira eram 16h da tarde, a médica que me atendeu nas urgências pediu urgência para me provocarem o parto.
No entanto, marcava meia noite no relógio quando a mesma doutora que me atendeu nas urgências veio-me ver antes de sair do seu turno, e para espanto dela e também um pouco irritada tomou conhecimento que ainda não me tinham provocado o parto.

A entrar no segundo dia de internamento de manhã bem cedo fui observada por outra equipa médica e como tinha pouca dilatação introduziram-me para além do soro que já estava a receber outro liquido que continha um medicamento que iria ajudar segundo a enfermeira a acelarar a dilatação... Pois bem, deitada na cama desde que fiquei internada, sem sequer poder ir à casa de banho... com ligas na minha barriga para ouvir os batimentos cardiacos do meu bébé e ligada a uma máquina em que media a tensão arterial e com o soro e o tal medicamento a entrar nas minhas veias. Permaneci assim até ter visita do meu marido, a única pessoa que me podia visitar.

No quarto onde eu estava tinha uma outra mãe na cama ao lado da minha, que esperava também um menino. Como gosto de falar 😄 meti logo conversa com ela e quando saímos as duas do hospital voltamos a falar e mantemos ainda contacto. As nossas conversas são sobre os nossos meninos e como o menino dela nasceu um dia antes do meu, lembramo-nos sempre quando fazem mais um mês ou quando fazem mais um ano.

Depois do almoço o meu marido veio visitar-me e depois não voltou a sair, comunicaram-nos que eu ia para a sala de parto... na verdade fui eram 20h da noite mas a dilatação mantinha-se insuficiente, as tensões elevadas e ficaram ainda mais, com o tempo de ansiedade e espera. As contrações começaram a surgir, no início não eram dolorosas, mas quando marcava no relógio 22h a intensidade da dor era muito maior... perguntaram-me se eu queria epidural, pensava eu que ia atenuar a dor e aceitei... no entanto, as dores mantiveram-se muito intensas, tentava atenuá-las com a respiração que aprendemos nas aulas de preparação para o parto, e com massagens nas minhas costas, esfregando as minhas mãos de cima para baixo... mas eram dores muito prolongadas e agudas. Perguntei à enfermeira se era normal sentir as contrações com tanta intensidade após a toma da epidural ? Ela disse-me que sim, que não tira a dor, apenas atenuava... só que a dor que eu sentia era igual à que eu sentia antes da epidural... ?!

Às 23h entra uma nova equipa de médicos e enfermeiros e quando me vão observar, a minha dilatação não tinha evoluido nada... estava igual, insuficiente para fazer parto normal. As contrações mantinham-se. Como por alguns segundos deixei de ouvir o coração do meu bébé, e também porque as minhas tensões aumentaram (marcava 19 )... a médica que tinha acabado de entrar no seu turno decidiu que tinham de fazer-me uma cesariana, pois se continuassem à espera estavam a colocar a minha vida e do bébé em perigo . Eu só queria saber do meu bébé, se ele estava bem. Quando voltei a ouvir o seu coraçãozinho suspirei de alívio.

Despedi-me do meu marido... ele já não pôde assistir ao parto... e quando fui para o bloco operatório, antes ainda tive que mudar de cama, foi um episódio engraçado no meio de tanta aflição e nervosismo, pois as enfermeiras estavam a tentar pegar em mim ao colo e a passar-me para a outra cama... mas como vi que não me estavam a segurar bem e uma queda naquela altura não iria ajudar em nada, eu pedi às enfermeiras que juntassem a cama onde eu estava deitada à outra cama que eu com ajuda delas passava para lá 😂 e assim foi.

Quando entrei na sala de operações parecia que eu estava a entrar numa arca frigorifica, gelei e comecei a tremer mesmo muito.
E mantinha a respiração que tinha aprendido para atenuar as dores das contrações.

A médica que decidiu fazer a cesariana estava lá, na verdade, foi ela que me fez a cesariana, ela antes de começar piscou-me o olho 😉. Talvez para me tranquilizar.
Quando começaram a tocar em mim, eu comecei a mexer-me, eles acharam estranho e uma das enfermeiras veio perguntar se eu estava a sentir, eu disse que sim, que senti o algodão embebido num liquido a passar na minha barriga, que senti a tocarem na minha pele... ela perguntou-me, mas não tem epidural ? E eu disse que sim, então deram-me mais uma dose de epidural... mas sem efeito eu continuava a sentir tudo... foi quando descobriram e eu também que a epidural tinha-me sido mal administrada... foi quando eu entendi o porquê de eu estar a sentir as contrações com tanta intensidade e estar a sentir tudo sempre que me tocavam.

Sei que naquele momento fiquei muito triste 😢 porque tiveram de optar por anestesia geral, não pude assistir ao nascimento do meu filho, a enfermeira colocou-me uma máscara no nariz e boca e pediu para eu respirar e assim foi, não me lembro de mais nada.

Quando acordei, olhei para um teto com várias luzes e tentei mexer-me mas doía-me... foi quando  voltei a mim, ah! Ok! estou no hospital, o meu bébé?

Olhei para o lado e vi uma outra mamã deitada. Falei com ela, e por coincidência ela também teve por cesariana um menino com o mesmo nome do meu  💙 mas no caso dela o bébé estava numa posição que não podia ser de parto normal.

Aquela mamã que estava comigo no quarto antes do parto, também teve por cesariana o seu menino, e também pelo mesmo motivo desta mamã. Após o nascimento dos nossos meninos nós as duas voltamo-nos a encontrar ainda dentro do hospital. Nessa noite (terceiro dia de internamento) que nasceu o meu menino houve pelo menos 4 cesarianas pois surgiram casos urgentes e que não havia outro meio e escolha.

A enfermeira aproximou-se de mim quando viu que eu tinha acordado e eu perguntei logo pelo meu bébé, ele está bem? E ela disse que sim, que o pai estava a conhecê-lo e disse-me o peso dele. Sei que sorri para a enfermeira e escorreu uma lágrima de alegria e de emoção...

Quando fui para o quarto quase logo ele chegou no berço e colocaram-mo ao lado da minha cama. Eu não me podia mexer... mas quando o vi, e toquei nas suas mãozinhas voltei a emocionar-me e apaixonei-me por aquele menino, que era o meu príncipe, nem acreditava que ele estava ali junto de mim.💙💙 Agora já nos podiamos ver, tocar, trocar olhares...

Ele começou a chorar e a enfermeira entrou no quarto e colocou-o no meu peito... tão bom! tão maravilhoso! poder senti-lo... ele acalmou e adormeceu.

Lembro-me que de manhã após a cesariana fiz uma coisa que não devia ter feito... estava com vontade de ir à casa de banho, toquei mas ninguém apareceu, esperei... mas a vontade era tanta que aos poucos e muito devagar consegui levantar-me da cama, a primeira etapa estava feita mesmo sentindo uma dor tão grande, porque na verdade eu tinha pontos muito recentes... depois na segunda etapa teria de me me por em pé e andar até à casa de banho, e assim foi, consegui!

Quando a enfermeira chegou e viu-me sentada na cama, disse-me: - o quê ! já de pé !, e eu para ela: - eu sei que não devia, pois não? e ela: - não! mas sente-se bem ?

Na verdade, foi muito dificil levantar-me e ir até à casa de banho, mas fiz no meu ritmo e consegui. Depois fiquei preocupada que me tivesse prejudicado e que por dentro algum ponto tivesse aberto... Mas felizmente nada disso aconteceu.

Fiquei após o parto com uma grande anemia, devido à perda de sangue. Os meus pés e pernas estavam super inchados... a minha cara também. Questionei a médica porque estava assim, ela apenas me disse que era normal. E eu pensei : normal !?!?! E depois disse-me que com o tempo passava e que ia voltar ao normal, que normalmente durava no máximo um mês. Felizmente, quando regressei a casa comecei a desinchar e quando fez um mês, já estava com o peso que tinha antes da gravidez.

O meu bébé era muito calminho mas na véspera de termos alta do hospital, foi uma noite para esquecer... chorou muito, tinha cólicas e para além disso não fazia cocó com a regularidade que um bébé deve fazer, ele ficava a pedido da pediatra até três dias no máximo sem fazer, depois como não fazia por ele eu tinha de colocar um babygel para aliviá-lo.

Foram meses e noites sem saber o que era dormir... tinha o meu coração de mãe pequenino ao vê-lo sofrer... tive a preciosa ajuda do meu pai, que me auxiliava durante a noite.

Entre as muitas chamadas para a pediatra,  massagens, gotas e chás que ajudavam na digestão e a  libertar os gases/os flatos, por último quando mudamos de leite começou a ficar melhor.

E aos três meses melhorou imenso. Graças a Deus ! Porque foi uma fase muito dificil vê-lo a sofrer e não poder fazer mais nada do que faziamos.

A minha recuperação foi rápida. Os primeiros dias de vir do hospital precisava de ajuda para me deitar e levantar-me da cama, mas depois com o passar dos dias comecei a sentir-me melhor.

A amamentação, foi outra etapa, não tinha leite... ainda no hospital comecei a estimular os meus seios com uma bomba de tirar leite... depois como o meu bébé habituou-se logo ao biberão, que era mais fácil e prático, ele não tinha de fazer tanto esforço como na mama... ele preferia o biberão.

Em casa mantive a estimulação e colocava o meu bébé ao peito.
Houve um dia que tive como chamam  a "descida do leite", e senti-a os meus peitos muito quentes, e estava também eu com calores. Quando eu tocava nos peitos doía-me, a conselho de familiares, coloquei paninhos embebidos em água morna e fazia massagens circulares, e também com o chuveiro com a pressão da água, depois estimulava com a bomba de retirar o leite. E assim o leite começou a sair, que alívio!... o meu bébé mamava e depois eu  retirava algum leite para um biberão, para ele beber pelo biberão, pois o malandreco  não gostava muito de fazer esforço.

Com muita tristeza minha dei mama só até aos três meses, e depois deixei de ter leite.

Mas durante esses meses que amamentei tive sempre que dar o suplemento, pois nunca tive muito leite. Na altura, senti-me muito triste por não poder continuar a dar o leite materno, que faz tão bem ao desenvolvimento do bébé.

No entanto, sempre que iamos às consultas eu ficava mais descansada quando a médica e enfermeira diziam que estava tudo bem. Ainda agora é assim.

Estou a escrever este texto do que vivi,  senti, do que vivemos juntos e parece que foi há muito tempo atrás... mas não o foi, foram momentos que não foram fáceis, mas que ficarão guardados dentro de mim e sei que tudo valeu a pena, quando o vejo a sorrir para mim, quando lhe peço um beijinho e ele dá-me, quando lhe peço um abraço, quando brincamos os dois, quando cantámos os dois, quando estamos os dois juntos 💙💙

Aprendo com ele desde o primeiro dia que o vi, o que é ser mãe. Na verdade, é um amor único, uma cumplicidade, uma ternura que são difíceis de escrever por palavras é como um cordão umbilical que nunca se desprendeu entre nós os dois.





domingo, 2 de abril de 2017

Mãe pela primeira vez ...


Participação especial de uma mamã guerreira e que mostra como amor de mãe supera tudo...

Obrigada 💙 Andreia Catarina

" Não digo que fui uma filha exemplar, mas felizmente raras foram as preocupações que dei aos meus pais. Tive uma infância feliz e saudável, a melhor coisa que um pai pode desejar !

No entanto, aos treze anos, na idade perigosa em que o espelho se torna um amigo duvidoso, deixei de comer e comecei a praticar exercício diário para que o meu falso amigo espelho me dissesse que era bonita. O problema é que ele era exigente!!! Traidor!!! O tempo passava, o peso e volume diminuía e ele continuava insatisfeito!

Numa manhã em que saí de casa para passear com os meus pais, sem tomar o pequeno-almoço (óbvio), tive o meu primeiro desmaio de fraqueza... Foi assim que os meus pais descobriram que algo não estava bem. A partir dessa altura passei a dar ouvidos aos meus verdadeiros amigos, os meus pais, e deixei de dar confiança ao espelho. Até porque a minha mãe, passou a andar em cima e já não havia hipótese!

Mas a minha saúde ficou comprometida graças àquele episódio. Desde então ficou presente na minha memória que quando tomasse a decisão de ser mãe, se iria ter sucesso com facilidade...

Fruto do frenesim da nossa geração cheia de projectos e objectivos pessoais cada vez mais se adia a constituição de uma família.  Não fui excepção ... casei ia fazer 29 anos . A família por mais próxima e amiga que seja, enviava sempre dissimuladamente, nem que fosse por sinais de fumo a ideia de que o relógio não parava e o tempo estava a passar... Por isso, assim que casei, fui bafejada por esses sinais enviados de todas as partes e direcções. E lá começei, embora receosa, a pensar na possibilidade de engravidar.

Sem stress, deixei a contracepção oral e pensei que daí a meio aninho, para me ir mentalizando e também para o corpo se libertar de todas as hormonas e toxinas, que iria experimentar engravidar.

Não houve meio ano. Aliás, não houve um mês se quer ! Tanta preocupação, tantos receios e PUMBA! Foi à primeira! Sei perfeitamente quando a Vi foi concebida, pois sonhei com ela nessa mesma noite ! Tinha tantas certezas de que estava grávida, que quando chegou a altura da menstruação estava ansiosa para que passasse os três dias para fazer o teste.

E sim, estava correcta! Mais correcta estava, quando na primeira ecografia me disseram que era menina. Tudo estava a bater certo com a visão que tinha tido no meu sonho. Os primeiros seis meses da gravidez foram super naturais! Sabia que estava grávida porque não tinha ciclo menstrual e porque a minha barriga estava a aumentar. Não tive um enjoo, um desejo, nada de diferente! NADA!

Então, como sou um piolho eléctrico que não pára, e como passei os primeiros seis meses de gravidez  a andar de avião e a correr de um lado para o outro, por motivos profissionais, o facto da gravidez estar a ser fácil foi uma mais-valia!

Os problemas chegaram às 28 semanas. Na altura mais calma e pacífica do meu trabalho, em que as viagens e o stress tinham terminado, a tormenta começou! A Vi, queria vir à força conhecer o mundo!  Estava tão habituada a uma rotina agitada, que ela deve ter odiado a calmaria!

Até às 36 semanas fui obrigada a ficar numa cama. Para não falar do tempo de internamento, dos banhos de gato, das injecções para a maturação dos pulmões da bebé que levei com receio de que ela nascesse prematura.

Logo em seguida, o episódio de broncopneumonia que tive, em que levava seis doses de antibióticos intravenosos diários. Um deles era de tal forma agressivo que me queimava a veia.
Foram doze cateteres ao todo que levei... Para além das injecções nas pernas que me davam por estar acamada tanto tempo. Quando finalmente superei um parto prematuro e a minha possível morte, mais parecia um regador toda crivadinha !

Ás 36 semanas, sem medo, fui dar a minha primeira caminhada! Ui! Como me soube bem sentir o sol de Fevereiro a bater-me no rost, dar uso às minhas pernas inchadas, passear o meu novo corpo grande e volumoso. O dia do parto chegou. Depois de tantas peripécias, tantas tentativas da Vi vir ao mundo, o momento chegou. E correu tudo direitinho!

Primeiro a saída do rolhão (ou lá como lhe chamam), depois o rompimento da bolsa de águas, depois as contracções ( que para mim pareceu ser apenas uma que nunca passou até me darem a maravilhosa epidural, Ámen à Epidural ! ) e depois de fazer um soninho ( sim, eu adormeci! Mais uma vez : Bem-haja Epidural !!!) fiz duas ou três vezes força e já tinha a minha pequenina ao meu peito de olhos abertos a olhar para mim !!!

As primeiras coisas que as enfermeiras disseram sobre ela foram : - Menina inteligente ! Agarrou logo a mama!, e - É a cara do pai ! A primeira encheu-me de orgulho a segunda deve ter inflamado o pai !

O primeiro mês foi o nosso mês de adaptação à nova, modesta e extremamente exigente profissão de pais. No final do segundo e terceiro mês, creio que terá sido o da adaptação da Vi a nós e ao mundo. Ela que era uma bebé que dormia tão bem, de um momento para o outro, decidiu só adormecer a partir das 4h da manhã e até a essa hora chorar com os pulmões bem abertos! O secador de cabelo foi o nosso melhor amigo, era a única coisa que a mantinha calma e que nos infernizava os ouvidos a um nível menos audível.

Leite foi algo que nunca faltou à Vi. Ela que nasceu magrinha e franzina em pouco tempo atingiu o peso normal e inclusive ultrapassou. O médico chegou a dizer que ela estava xoxuda e que tinha de ter cuidado com a alimentação ?!?!?! - Estou a amamentá-la apenas!, - Ah! Bom! Então boa! Continue com o bom trabalho!

Chegava a tirar um a dois biberões de leite por dia para congelar para além do que a Vi mamava. Aos seis meses, continuava na mesma rotina de ordenha... O meu congelador mais parecia uma vasilha de leite. Tinha de dormir com toalhas entre o peito e o soutien, porque os discos promocionais nocturnos, não passam disso mesmo, promocionais, não enxugavam tanto leite. As vezes que me vi agarrada a uma Phillips Avent foram inúmeras... Uma grande amiga e aliviadora.

E lá voltou um novo percalço - peito encaroçado. - Ah! E tal! Tem de continuar a dar de mamar, indepentemente das dores. Dores?!?! Pareciam agulhas a sair ou entrar no meu mamilo. O sentido não importa, mas que eram dores agonizantes, lá isso eram. Tornaram-se em mastites. E na segunda mastite que tive, em que um diagnóstico ficou a dúvida de possibilidade de quistos que não seriam visíveis numa mamografia enquanto tivesse leite, foi-me aconselhado a secar. Se o peito encaroçado dói, o processo de secar o leite ... Bem digamos que sobrevivi! Lol! Foi horrível! Três dias penosos! Dolorosos! Angustiantes! Para além do peso na consciência de que estamos a contribuir para retirar algo que para a nossa cria era importantíssimo.

A Vi foi uma clara ajuda no processo de secagem, não chorava quando tinha fome e me via para pedir peito, adaptou-se ao biberão com facilidade e comeu papa pela primeira vez na boa !

Parecia que compreendia o que se estava a passar com a mãe e que a mama tinha acabado. Como nem tudo é mau, após uma semana da toma do primeiro comprimido da secagem do leite, fomos os três a uma marisqueira. Aaaaaahhhhhh!!! Como soube bem !!! Quinze meses a fazer imensas restrições alimentares, e de repente LIBERDADE!!! Melhor mariscada de sempre que me ficará na memória por muitos anos!!!

E a melhor recompensa de todas , foi que a Vi  se portou super bem no nosso primeiro jantar a três fora.

A ida da Vi para a creche foi a etapa mais complicada. Desde então, uma bebé que nunca tinha tido uma febre, uma constipação, nada, anda sempre com pingo no nariz e com otites constantes.
Os primeiros três meses no " infactário " foram complicados e comprometeram bastante a minha situação com a entidade patronal... Não foi fácil... Ausências constantes, o sentimento de falha como profissional e o desespero de mãe por ver a sua cria enferma.

Independetemente de todas as superações, ver a Vi rebolar aos cinco meses, aos seis sentar e já com dois dentes, aos sete gatinhar, e dizer Mama e Papa, aos oito levantar-se, aos nove andar agarrada, aos dozes dar os primeiros passos sozinha e comer com a colher, são razões para acordar todos os dias com um sorriso no rosto à espera de ver qual será a novidade que esse dia nos reserva!

Foste tu o sonho bonito que eu sonhei, foste tu eu lembro tão bem Tu estavas nessa visão, e assim senti que o meu amor nasceu então, e aqui estás Tu, eu vejo-te a Ti, a mesma visão, a aquela do sonho, que eu sonhei... "


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