domingo, 7 de maio de 2017

Mãe pela primeira vez...

Olá mamã Mariana 💖 muito muito obrigada pela sua participação.

Um beijinho muito grande a esta família tão linda !



" Mãe pela primeira vez

Estava eu a caminho de buscar o meu marido da estação de comboio quando me apercebi que me tinha rebentado a bolsa. Íamos jantar a casa dos meus sogros. Não tinha contrações, só uma estranha sensação de incontinência urinária - deve ter sido uma rutura muito pequena porque desde que não me mexesse muito não saía nada - e a clara consciência de que estava a conduzir o carro relativamente novo e muito limpinho da minha mãe e que não queria enchê-lo de liquido amniótico.

Coitado do Miguel, quando me atendeu o telefone estava ainda a passar o Algueirão e só queria entrar na cabine do maquinista e mandá-lo acelerar até Sintra.
Mal sabíamos nós na altura que não valia a pena estar a correr. Era dia 25 de Março. A Leonor faz anos a 27...

Quando chegámos ao Hospital e subimos para as urgências de Obstetrícia, insisti que ele andasse atrás de mim de forma que ninguém percebesse que as minhas calças estavam molhadas.

"Acho que ao entrares para as urgências da maternidade com um barrigão gigante e as calças molhadas a maior parte das pessoas poderão partir do princípio que te rebentaram as águas e não que tivesses feito xixi nas cuecas..." resmungava enquanto carregava com a minha mala, a mala da bebé e provavelmente ainda os apontamentos das aulas de preparação para o parto.

Eu estava numa excitação nervosa tremenda. Queria imaginar que ia estar em controlo de tudo mas ao mesmo tempo tinha uma vontade enorme de ter a minha mãe ali ao lado para me dar a mão e lembrar-me que por muito que custasse o prémio de segurar a minha filha nos braços seria a melhor recompensa. Resumidamente, as 28 horas que demorou para a Leonor se decidir a aparecer, deram para eu estar e falar com toda a gente que me poderia ter dado força e coragem e apoio. Também serviu para perceber que há muito pouco com  que nos distrairmos numa sala de partos excepto  os ruídos dos quartos ao lado e ficar completamente aterrorizada com os gemidos e gritos que, pelo menos eu, achava que eram um exagero  Hollywoodesco.

Depois de uma eternidade e uma discussão com o Miguel devido à máquina de CTG (ele não percebia porque é que eu me queixava tanto com as contrações  que a máquina media como atingindo um máximo de 30%, porque provavelmente chegariam aos 100% na altura da expulsão), de vários ensaios de respiração, lá chegou a nossa primeira bebé.

É tão difícil encontrar as palavras para descrever esse momento, o rol de emoções que nos trespassam e todo o mundo novo que nos chega naquele embrulho húmido, choroso e furioso, coberto de vernix e rugas de quem passou demasiado tempo no banho. Nasce uma família inteira nesse instante. O nosso coração explode para ganhar espaço para tamanho amor que agora o ocupa.

Hoje já é dia da Mãe, 2017, e para espanto meu e admiração de quem me conhece, tenho já sete filhos para me ajudar a comemorar este dia especial. Todos os partos foram diferentes e tiveram e tiveram os seus momentos cómicos que me deliciam mas seja com a primeira ou a sétima ou qualquer um dos outros pelo meio, esse momento mágico de os segurar pela primeira vez é igualmente grande e marcante e único da mesma forma que cada um dos meus filhos é único e irrepetível.

Bom dia da Mãe para todas!!"


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